Batique (ou batik) é uma técnica de tingimento de tecido originário da ilha de Java, na Indonésia. Basicamente consiste em desenhar com cera quente sobre tecido e em seguida tingi-lo com cores variadas. O efeito final é produzido por sucessivos tingimentos no tecido, protegido por máscaras de cera, onde somente as partes não vedadas são coloridas. As máscaras são aplicadas sobre a seda, ou outro tecido, com pincel ou "tjanting", uma ferramenta de metal própria para a técnica. O esfriamento da cera provoca pequenas estrias por onde a tinta penetra caracterizando seu efeito singular e muito bonito de craquelê. A técnica foi bastante usada nas oficinas do Garatuja, principalmente porque vem de encontro a proposta de motivar o fazer artístico, em jovens e crianças, através do uso de diferentes materiais e ferramentas. As crianças sentem-se valorizadas e mais responsáveis ao utilizar objetos próprios dos adultos como fogareiro e ferro de passar roupa. Para isso o atelier do Garatuja foi fisicamente estruturado de forma a dar segurança ao pequeno usuário. O atendimento individualizado reforça essa ideia.
sábado, 27 de março de 2021
Vídeo aula 9 – Pintura com breu
Nesta vídeoaula o ato de pintar ganha um elemento a mais com
a adição de materiais que modificam o resultado estético final. O breu, misturado
à tinta e queimado posteriormente, possibilita o uso de outros instrumentos (além
do pincel) que enriquecem o repertório infantil. O elemento fogo, muito
apreciado por eles, é fonte de inspiração de várias técnicas semelhantes que
utilizamos nas nossas oficinas, como a “Pintura chamuscada”, onde a pólvora é o
principal elemento na realização do processo.
Vídeo aula 8 – Pintura trançada
O estimulo a pintura acontece de várias formas nas oficinas do Garatuja. Os conceitos referentes à cor são tratados de forma lúdica, onde brinquedos e experimentos físicos ajudam a trazer para o universo infantil a complexidade do tema. Construir os próprios materiais, como tintas, telas, lápis e papéis também são recursos utilizados com esta finalidade. Diferente das escolas mais academicistas, conservadoras, onde o ensino da arte reproduz didáticas próprias dos adultos para a realidade da criança, no Garatuja a pintura, assim como outras técnicas, só tem sentido se for ao encontro da curiosidade natural de toda criança. Partimos do pressuposto que só aprendemos aquilo que nos interessa. Nessa vídeoaula a ideia é trabalhar a pintura como recurso para um resultado plástico incomum. Outras técnicas semelhantes são também utilizadas como a pintura chamuscada, a pintura com breu (tema da próxima videoaula), e outras.
sexta-feira, 26 de março de 2021
Vídeo aula 7 – Mosaico
A técnica do mosaico foi muitas vezes aplicado nas oficinas do Garatuja com função específica: Estimular a paciência e a persistência em alunos que demonstravam certa ansiedade em ver os resultados práticos rapidamente, atropelando os processos. A própria etimologia da palavra traduz isso. Mosaico vem do grego e significa “paciente, digno das musas”. “Paciente” porque requer muita paciência e atenção para executá-la e “Digno das Musas”, porque se trata de trabalho de rara beleza, que duram séculos, portanto com sentido de eternidade, divino. Daí ser conhecido também como Arte Musiva. Simplificadamente mosaico é a técnica de criar imagens e figuras a partir de pequenos fragmentos de pedras, denominadas tesselas, sobre planos anteriormente preparados e dispostos para este fim. A combinação das diferentes cores, presentes nas pedras, é que formam a imagem. É uma modalidade de arte essencialmente decorativa, que nos remete à Antiguidade greco-romana, quando teve seu apogeu, mas sua origem é antiguíssima e imprecisa. Seguramente tem mais de 5.000 anos de existência e diz respeito a forte atração do homem pela pedra. Nesta vídeo/aula a proposta é realizar um mosaico “fajuto”, onde o efeito característico da técnica não se obtém pela combinação de formas e cores separadas, mas pela maneira como finalizamos o trabalho. Essa sugestão é perfeitamente viável de ser realizada na escola formal.
Vídeo aula 6 – Animação
A palavra animação deriva do verbo latino animare (dar vida) e só foi utilizada para descrever imagens em movimento no século XX. Considero a animação como o segmento artístico mais completo em termos de criação. Sua linguagem exige conhecimento e domínio de diferentes áreas como: desenho, dinâmica do movimento, som, música, timing narrativo, texto e roteiro. Apesar disso é notável a facilidade que temos de dominar a linguagem, talvez pela influência do cinema e da televisão. Vi inúmeras crianças e adolescentes com inquestionável talento e domínio intuitivo na área, sem ter passado por qualquer experiência anterior. Gosto dessa linguagem justamente por essa complexidade e por ser essencialmente coletivo, embora já tenha feito animação com uma criança. Incluo crianças de diferentes faixas etárias num mesmo projeto, cada um realizando uma parte do trabalho, que podem durar meses. Nas primeiras animações que fiz com crianças, em 1996, ainda não havia os recursos digitais e usei o Super 8 como suporte, bitola que ainda funciona muito bem em termos didáticos. Hoje existe a facilidade dos meios digitais com inúmeros softwares de animação a disposição, mas sempre que possível integro o sistema analógico ao digital, mesmo com toda dificuldade em encontrar material e suporte técnico para isso. Nesta vídeo/aula proponho a confecção de um brinquedo ótico de nome complicado: o Fenacistoscópio. Sempre utilizei a confecção de brinquedos óticos com as crianças como introdução ao universo da animação, além da apresentação de vários clássicos da animação universal como forma de descondicionar para o processo criativo. Posto a seguir algumas animações feitas por crianças nas oficinas do Garatuja.
Vídeo aula 5 – Recorte
Vídeo aula 4 - Raspado
O que chamo de “raspado” são procedimentos que utilizam o ato de raspar ou riscar para retirar, subtrair camadas para produzir imagens em determinados suportes de maneira a revelar uma capa inferior de outra cor. Pode-se utilizar também o termo esgrafiado. Na cerâmica existe a técnica do Esgrafito, que consiste em retirar o esmalte, ou engobe, aplicado com um pincel sobre uma peça crua ou biscoitada de cerâmica. O esmalte é então riscado e raspado revelando novamente a cor original da peça. Geralmente usam-se pontas metálicas ou espátulas para "esgrafitar" as peças. O mesmo acontece no meio arquitetônico, como técnica decorativa que recorre à incisão com um estilete metálico, ou outra ponta aguçada, para fazer as linhas de um ornato, removendo, posteriormente, a camada superficial da argamassa, de forma a mostrar a coloração da argamassa subjacente. É um processo muito antigo, que resiste a ação do tempo. Uma maneira bastante comum e exaustivamente aplicada em salas de aula, que se encaixa na “raspagem” recebe o nome de grattage, que consiste em colorir totalmente uma folha de papel com lápis de cera, que pode ser de várias cores. Em seguida pinta-se por cima com tinta nanquim até deixa-la totalmente monocromática. Depois de seco é só “desenhar” riscando ou raspando o nanquim para revelar a camada colorida por baixo. Ele explora a sensação gostosa de rasurar alguma coisa, como aquelas cartelas de sorteio, que todos adoram experimentar. Nessa vídeo-aula proponho um trabalho de raspagem tendo o vidro como suporte.